Até Santi!


Ainda era de madrugada quando o grupo de italianos que dormia ao nosso lado no albergue se levantou para meter os pés na estrada. Nesse dia quase todos acordaram mais cedo do que o habitual para chegar à Santiago antes das 11h, hora a que se realiza a missa de benção aos peregrinos. Embora não fosse nosso objetivo, entramos na maré de lanterna na mão e passo acelerado atrás das setas amarelas que nos conduziriam até à catedral.


O dia D(or)


Adormecer numa camarata pode ser um exercício de paciência, mesmo quando se está perto de um rio e a paisagem acalma. Um pouco depois das nove da noite, quando o corpo pede descanso e a alma começa a preparar-se para o dia seguinte, surge um senhor com um isolamento térmico que faz lembrar as folhas de alumínio usadas habitualmente na cozinha. Mexe para um lado, mexe para o outro, arranja novamente, ajeita só mais um pouco, revira, molda ao corpo, puxa para cima, puxa para baixo... E com tudo isto, toda a camarata acorda e ouvem-se algumas gargalhadas. A verdade é que o senhor estava na cama desde as seis da tarde, talvez extenuado pelo cansaço, e nessa altura poucos peregrinos respeitaram o silêncio que o momento exigia. À noite, de propósito ou não, deu-se o inverso. Passados trinta minutos, o ambiente acalmou e aos poucos todos adormeceram.

Photo Diary: Palas de Rei a Arzuá


Metade do caminho feito, metade por fazer


Dia 3 : Palas de Rei

Ainda o sol nem tinha levantado e nós já estávamos acordados para partir de Palas de Rei. O pequeno almoço tomado no albergue fez com que não nos preocupássemos com a comida durante as horas seguintes. San Marcos é um alojamento novo, prático, muito limpo, com espaço para lavar a roupa (em máquinas ou num tanque) e para cozinhar providenciando panelas, talheres e pratos. Quem não quiser estar com trabalho ou não trouxer comida pode tomar o pequeno-almoço a um custo inferior ao dos cafés.

Photo Diary: Portomarín a Palas de Rei



Entrar no espírito


Dia 2: Portomarín

Para um peregrino o dia começa invariavelmente cedo. Entre as 6 e as 7h da manhã, o despertador mental acorda-nos para lembrar que há um desafio pela frente. Vestimo-nos, tomamos o pequeno-almoço e seguimos caminho. Pequeno parênteses: em Espanha é difícil comer bem, seja em que refeição for pelo uso abusivo dos fritos. Em sua defesa, os espanhóis alegaram que "esta no es la comida típica de España. Este es el alimento del Camiño, por lo que tiene que ser más calórico." Entre bocadillos, tortilha, sandes de jámon e café con leche, lá nos conseguimos safar, mas como tivemos saudades da nossa comida portuguesa! Os menús de peregrino rondam os 9€ a 10€ por pessoa e quem quiser poupar pelo caminho deverá comprar comida em supermercados.


Photo Diary: Sarria a Portomarín